Por Jaqueline C. Bueno
“Nem todos se contentam com a própria aparência, mas todos se contentam com o próprio cérebro.” Provérbio Ídiche
Hoje alguns trabalhadores vivenciam o mito de Sísifo, onde apenas executam trabalhos / atividades que geram uma rotina, sem maiores questionamentos. Neste mito, o esperto rei de Corinto, em sua absoluta arrogância, foi um dos maiores ofensores dos deuses, lutando contra eles e por duas vezes burlou a morte. Os deuses, para punir tamanha empáfia, impuseram-lhe uma terrível tarefa para ser executada no submundo: ele foi condenado a empurrar uma pedra ladeira acima, onde ao aproximar-se do cume, ela rolava de volta ao ponto de partida, tendo que empurrá-la de novo, repetindo o ciclo ininterruptamente.
Do mesmo modo, não é raro encontrar pessoas que descobrem em seus trabalhos apenas um meio de sobrevivência, são os Sísifos pós-modernos. É preciso reavaliar a escolha do mito pessoal – resignificar o trabalho. Olhar para ele como uma das fontes de crescimento individual. Cada individualidade pode agregar formas de ver e executar diferentes tarefas e desafios profissionais. Para isso é preciso pensar e questionar. Não apenas engolir fórmulas prontas.
Infelizmente boa parte da sociedade vive uma tendência à alienação, onde questionar está fora de moda. Algumas instituições e organizações, em sua maioria, ensinam os indivíduos a serem obedientes, seguidores de regras, uniformizados, ou seja, seguem firme e sem questionar a padrões e definições estabelecidas. Treinados para competir pela sobrevivência e a passar a ver os nossos ‘iguais’ como adversários, sentimos humilhação e inferioridade, ao invés de percebermos a inspiração da sua excelência através da sua superioridade.
Em meio à tamanha concorrência, acaba-se gerando uma sociedade de pessoas inseguras e infantilizadas, que não sabem perceber aquilo que é diferente - oportunidade do crescimento. Assim cada um, ao seu modo, vai empurrando morro acima à sua pedra repetidas vezes, por medo de tentar fazer ou aceitar formas diferentes de relacionamento com a própria vida.
No comments:
Post a Comment