Por Jaqueline C. Bueno
A Psicologia tem estudado o comportamento humano e tentado compreendê-lo para auxiliar o autoconhecimento. Muitas teorias tem se sucedido, muitas vezes se completando, outras vezes eliminando crenças tidas como verdades até então. Hoje é aceito o conceito de que há uma parte da personalidade humana que é genética, ou seja, já nasce conosco e outra parte é moldada a partir de nossa interação com o meio em que vivemos, por meio de nossas experiências de vida, relacionamentos e traumas.
A teoria dos Temperamentos trata da parte genética da nossa personalidade. É um modelo científico que tenta nos ajudar a conhecermo-nos melhor, não havendo ninguém que seja exclusivamente de um ou outro temperamento. É bastante comum termos um temperamento dominante e um secundário.
Durante a nossa vida, devido às nossas experiências, traumas e necessidades, certas características de nossos temperamentos podem se sobressair e outras se ocultarem, o que não significa dupla personalidade ou fingimento. O correto desenvolvimento de uma pessoa deve passar pelo aperfeiçoamento das características positivas de seu temperamento e a luta constante por vencer seus pontos críticos.
Existem 4 tipos de temperamentos, que interferem na maneira das pessoas agirem e reagirem nos seus relacionamentos e acontecimentos de um modo geral. Conhecer nosso próprio temperamento é fundamental para que possamos buscar uma canalização positiva de nossas atitudes advindas do temperamento e o fortalecimento das nossas qualidades. A intenção aqui é abordar algumas características a fim de nortear alguns aspectos dos temperamentos, para facilitar o entendimento e, conseqüentemente, a abordagem mais apropriada de comunicação para com as demais pessoas, em se tratando de liderança.
Obviamente, não existe temperamento melhor ou pior, mas sim diferentes. O que vale salientar é a habilidade de saber identificar essas características nas pessoas (e em si próprio). Longe de querer “enquadrar” as pessoas em determinadas denominações, o objetivo aqui é dar uma explanação geral sobre conceitos e história dos temperamentos. A palavra temperamento deriva do latim ‘temperamentum’, que significa ‘uma mistura de proporções’. Pode-se dizer que, em essência, temperamento é um estilo pessoal inerente, uma predisposição que forma a base de nossas tendências naturais: pensar, sentir, desejar e agir.
De acordo com as definições do psicólogo californiano David Keirsey, temperamento são nossas inclinações, diferente de caráter, que são nossos hábitos. Hipócrates (460 – 370 a.C.) foi o primeiro a estudar temperamentos, onde o estudo foi enriquecido, posteriormente, pelo médico romano Galeano, nesta etapa, Galeano denominou os quatro tipos de temperamentos como: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico.
Cada um deles possui pontos fortes e pontos fracos, onde constantemente, há a identificação de mais que um por pessoa, mas um deles sendo o dominante. A seguir, os quatro tipos de temperamentos onde, certamente você se identificará (bem como as pessoas que você conhece):
DOMINÂNCIA CEREBRAL
Segundo Ned Hermann. Este é o mesmo modelo utilizado nas organizações como Ford, Bradesco, Avon e TAM, há alguns anos, o resultado é impressionante, pela praticidade, simplicidade e grande capacidade de entendimento e utilização. Como se trata de um modelo metafórico e não clínico, podemos utilizá-lo para aplicações determinadas, incluindo projetos de desenvolvimento ORGANIZACIONAL.
Escolha apenas uma alternativa para cada questão:
1. As outras pessoas geralmente falam que eu:
A) ( ) costumo planejar tudo com antecedência;
B) ( ) costumo participar de tudo com espontaneidade.
2. Para fazer bem algo, é melhor:
A) ( ) trabalhar com concentração e silêncio;
B) ( ) trabalhar em equipe.
3. O que mais gosto é de:
A) ( ) ver o detalhe de cada atividade;
B) ( ) entender logo aonde vou chegar.
4. Eu sou do tipo de pessoa que os outros:
A) ( ) conhecem somente após algum tempo;
B) ( ) conhecem logo.
5. Na maior parte das vezes, prefiro:
A) ( ) deixar as coisas para o último minuto;
B) ( ) fazer antes um detalhado planejamento.
6. Na minha opinião, minhas rotinas:
A) ( ) são difíceis de fazer diariamente, preciso de mudanças;
B) ( ) são muito melhores do que as mudanças constantes, preciso de organização.
7. Para tomar uma decisão é muito importante:
A) ( ) verificar como ela vai influir na vida de outras pessoas;
B) ( ) verificar os fatos concretos e analisar os dados.
8. Quando participo de uma reunião com pessoas desconhecidas, prefiro:
A) ( ) observar o comportamento delas e, assim que possível, apresentar minha opinião;
B) ( ) apresentar minha opinião somente se for necessário.
9. Eu gosto de tomar decisões analisando:
A) ( ) o ambiente emocional e suas consequências;
B) ( ) a lógica do problema.
10. Quando estou em grupo, prefiro falar:
A) ( ) com uma pessoa de cada vez;
B) ( ) com todas as pessoas de uma vez.
11. As outras pessoas me definem como alguém:
A) ( ) intuitivo;
B) ( ) organizado.
12. É muito gostoso quando planejo meu dia e:
A) ( ) algo novo acontece,para motivar-me ainda mais;
B) ( ) quase tudo o que planejei acontece.
13. Eu acho que na maior parte das vezes prefiro ser levado pela:
A) ( ) razão;
B) ( ) emoção.
14. Acho muito melhor uma pessoa ser elogiada por ser:
A) ( ) muito pratica e organizada;
B) ( ) muito criativa e intuitiva.
15. Na maior parte da minha vida, tenho sido uma pessoa que busca:
A) ( ) manter a tradição;
B) ( ) correr riscos.
16. Eu me considero uma pessoa:
A) ( ) difícil de conhecer;
B) ( ) fácil de conhecer.
17. É muito importante que eu:
A) ( ) anote minhas idéias passo a passo;
B) ( ) pense no objetivo final primeiro para depois anotar minhas idéias.
18. Geralmente sou reconhecimento pelo grupo como uma pessoa que decide com base:
A) ( ) na lógica das coisas;
B) ( ) na importância e no valor que as coisas tem.
19. É muito chato quando começo a fazer uma atividade, e:
A) ( ) nada de novo acontece, deixando-me desestimulado;
B) ( ) tudo que não estava previsto acontece, deixando-me desestimulado.
20. Eu acho que na maior parte das vezes eu sou mais:
A) ( ) discreto do que outras pessoas, porque penso bem no que devo fazer;
B) ( ) participativo do que outras pessoas, porque prefiro fazer p que acho certo.
Agora, passe seus resultados para a tabela:
0PÇÃO A B
1
|
C =
|
E =
|
2
|
A =
|
R =
|
3
|
C =
|
E =
|
4
|
A =
|
R =
|
5
|
E =
|
C =
|
6
|
E =
|
C =
|
7
|
R =
|
A =
|
8
|
R =
|
A =
|
9
|
R =
|
A =
|
10
|
A =
|
R =
|
11
|
E =
|
C =
|
12
|
E =
|
C =
|
13
|
A =
|
R =
|
14
|
C =
|
E =
|
15
|
C =
|
E =
|
16
|
A =
|
R =
|
17
|
C =
|
E =
|
18
|
A =
|
R =
|
19
|
E =
|
C =
|
20
|
A =
|
R =
|
Conte quantas vezes você marcou cada letra,
lembre-se, o total deve ser igual a 20.
A=
E=
C=
R=
PONTOS FORTES DE CADA QUADRANTE
Todos nos utilizamos os quatro quadrantes, mas, geralmente, temos uma preferência por um ou dois deles. Compare os pontos obtidos em cada um dos quadrantes, e verifique aquele no qual você obteve maior pontuação.
[A dominância cerebral é uma metáfora do cérebro que trata se de uma fusão das preferências de pensamentos dos dois sistemas pensantes: o Limbico e o Neocórtex.]
Todo o lado esquerdo fica relacionado com nossas habilidades racionais, e o lado direito com habilidades ligadas à emoção.
RESULTADO
Lembrem que as características aquí apresentadas não se aplicam por completo em uma pessoa, somente algumas.
Temperamento Fleumático - ANALÍTICO cérebro superior esquerdo
Intelectual – baseado em fatos – controlado – quantitativo – movido por resultados – teórico e lógico – racional – gosta do concreto.
Pergunta clássica: “O que vamos fazer?”
Qualidades – Calmo, tranqüilo, digno de confiança e cumpridor de deveres, eficiente e organizado, conservador, pratico, objetivo, líder, diplomata, bem-humorado. Embora seja tímido, aprecia o convívio social.
Pontos a melhorar – Calculista, temeroso, indeciso, contemplativo, desconfiado, pretensioso, introvertido, desmotivado. O nome fleumático vem de fleuma, que quer dizer frieza de ânimo, impassibilidade (dic. Aurélio). Logo, o fleumático é aquele que tem fleuma. É desatento, desligado. Introvertido, tem uma tranqüilidade singular que lhe confere um temperamento de fácil relacionamento, manso e bem equilibrado. Ele é teimoso e indeciso.
Temperamento Melancólico - EXPERIMENTAL cérebro superior direito
Empírico- futurista-movido por oportunidades – visual – conceitual – simultâneo – experimental - gosta de lidar com as possibilidades.
Pergunta clássica: “ Por que vamos fazer?”
Qualidades – Habilidoso, talentoso, minucioso, sensível, perfeccionista, esteta, idealista, leal, dedicado e auto-disciplinado.
Pontos a melhorar – Egoísta, deprimido ou amuado, pessimista, teórico, confuso, anti-social, crítico, vingativo, inflexível.
O temperamento melancólico é aquele que sofre de melancolia que é um estado mórbido de tristeza e depressão, pesar (dic. Aurélio). O melancólico se esconde dos outros, não se mistura, gosta de andar só. É voltado para si mesmo, e, às vezes, pensamos nele como o que possui o temperamento "sofredor", pois é muito exigente consigo mesmo, através de uma constante auto-análise. Ele é uma pessoa naturalmente sombria, tristonho e pessimista, entretanto é muito bem dotado e com tendências para gênio.
Temperamento Colérico - CONTROLADOR cérebro inferior esquerdo
Concreto-movido por tarefas – tradicional - organizado e seqüencial - segue procedimentos - metódico e pontual - gosta de orientação.
Pergunta clássica: “Como vamos fazer?”
Qualidades – Enérgico, visionário, resoluto, independente, otimista, prático, eficiente, decidido, líder, audacioso.
A principal qualidade do colérico é à força de vontade, que faz dele uma pessoal enérgica, eficiente, resoluta, e um líder cheio de audácia e otimismo. O colérico é extrovertido, e também, provavelmente é o que mais produz; isso lhe dá o direito de ser chamado o temperamento mais ativo. Ele é autoconfiante e possui vontade forte. É o tipo de pessoa que resolve as coisas, que transforma idéias em fatos reais. Toma atitude definida diante dos problemas.
Pontos a melhorar – Iracundo, sarcástico, impaciente, prepotente, intolerante, vaidoso, auto-suficiente, insensível, astucioso.
O nome colérico vem de cólera, que é o impulso violento contra o que nos ofende, fere ou indigna, ira. O colérico é propenso à cólera, cheio de cólera, irado, atacado de cólera (dic. Aurélio).
Temperamento Sanguíneo - RELACIONAL cérebro inferior direito
Instintivo – movido por sentimentos - humanista-emocional e expressivo – interpessoal - intuitivo com as pessoas – gosta de dar opiniões.
Pergunta clássica: “Quem vai fazer?”
Qualidades – Comunicativo, eufórico, destacado, entusiasta, afável, simpático, bom companheiro, compreensivo, crédulo.
O sanguíneo é aquele que fala antes de pensar. É uma pessoa jovial, com seu espírito descontraído e com seu encanto pode ser, com toda a razão, chamado de o temperamento que "aproveita" a vida. Ele tem uma personalidade calorosa, vivaz e, corretamente, às vezes o chamam de "alma da festa". É o tipo de pessoa que costumamos encontrar que em qualquer reunião toma conta das conversas. Se há um grupo de pessoas reunidas e rindo, com certeza tem um sangüíneo falando.
O sanguíneo é aquele que fala antes de pensar. É uma pessoa jovial, com seu espírito descontraído e com seu encanto pode ser, com toda a razão, chamado de o temperamento que "aproveita" a vida. Ele tem uma personalidade calorosa, vivaz e, corretamente, às vezes o chamam de "alma da festa". É o tipo de pessoa que costumamos encontrar que em qualquer reunião toma conta das conversas. Se há um grupo de pessoas reunidas e rindo, com certeza tem um sangüíneo falando.
Pontos a melhorar – Fraco de ânimo, volúvel, indisciplinado, impulsivo, inseguro, egocêntrico, barulhento, exagerado, medroso. O sanguíneo é aquele que se ira com facilidade e pega logo fogo; é impulsivo. O termo é relativo ao sangue, que tem ou parece ter aumento da massa sanguínea (dic. Aurélio). É emocionalmente instável.
Cabe ressaltar ainda que, todo temperamento é influenciado pelo caráter, personalidade e comportamento de cada indivíduo. Daí a importância do líder possuir este conhecimento a fim de aplicá-lo no seu dia-a-dia, na convivência com os demais, respeitando seus limites, enfatizando as qualidades peculiares de cada um e auxiliando em alguma fraqueza que se possa e se queira melhorar. É necessário entender porque se apresentam comportamentos totalmente diferenciados em cada ocasião, e como compatibilizar toda esta energia para uma convivência oportuna e uma produtividade agradável e sadia. Ai com certeza apresenta-se o “x da questão”, saber aproveitar as diferenças e formar um time vencedor!
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