Estive
em viagem de trabalho em Helsinque, Finlândia
do dia 14 ao dia 23 de novembro de 2014. Ministrei uma palestra na Arcada
University e coletei informações sobre o Evento 11ª Slush Startup Conference.
Os objetivos desta viagem foram estreitar relacionamentos para
os futuros projetos de pesquisa na área de empreendedorismo e inovação através de intercâmbios
internacionais, estabelecer laços com outras instituições estrangeiras, trocar
experiências e fazer visitas prospectivas.
O que me chamou a
atenção no país nórdico, que tem menos de 5,4 milhões de habitantes, foi o seu desenvolvimento.
Como um país pequeno como a Finlândia mudou sua economia em pouco tempo?
Era baseada
em recursos naturais e transformou-se para uma economia puxada pela inovação,
cujo desenvolvimento lhe valeu a condição de país mais especializado do mundo
em tecnologias de informação e comunicação (TIC), considerada a educação melhor
do mundo.
É impressionante o valor dado não só
a educação, mas outros setores também. Empresas como a Nokia que todos nós conhecemos,
é fruto de esforços nessas áreas que envolvem educação e incentivo a inovação.
Inclusive a gama de impulso econômico da Finlândia foi resultado da ênfase e
persistência dada à educação.
Quando
se colocam pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo como
primordial em um governo, tudo funciona. Talvez um pouco de sorte e uma pitada
de inteligência em escolherem os produtos “carro chefe” como as tecnologias da
informação. Pois qualificação da mão de obra existente no país foi o
diferencial nas crises europeias, se pudermos chamar assim.
Há mais de 20 anos que os
investimentos em educação e a garantia de estudo gratuito do ensino básico a universidade,
seja ela pública ou privada, fez com que o total de ingressos na universidade aumentasse
significativamente. Nas escolas politécnicas e nas universidades que visitei todos
os relatos são similares sobre o aumento do numero de estudantes.
O sistema de ensino passou por
grandes mudanças institucionais, cuja ênfase sempre foi os valores
igualitários, por meio dos quais todos recebem a mesma educação de alta
qualidade, o rico e o pobre (lá não tem pobre) que é gratuita até mesmo no
nível universitário. E tem mais, o sistema universal de saúde é garantido como
direito do cidadão, e o sistema social é generoso, abrangendo a aposentadoria e
o seguro-desemprego, é importante registrar que todos estes direitos são
sustentados por impostos que se situam entre os mais altos do mundo. Este
sistema faz com que a Finlândia se destaque como o país que tem o menor
contingente de pobres no mundo.
Fiquei perplexa com a Finlândia,
uma economia pequena, com um sistema de bem-estar social bem desenvolvido, com estudos
sobre as peculiaridades culturais e sociais, a longa tradição em design, a
disseminação rápida da internet, tem Wi-fi
em todo lugar e a consolidação do inglês como língua quase universal, todos
falam mais de 3 idiomas e, até mesmo, a enorme disposição dos finlandeses para
se sentirem cidadãos do mundo, são receptivos hospitaleiros e gentis.
Conversei a respeito de alguns
desafios a serem enfrentados por nossos estudantes brasileiros, pois um dos
requisitos básicos para estudar na Finlândia é ter um excelente nível de inglês, para participar dos
programas oferecidos gratuitamente, sabemos que temos muitos desafios a enfrentar. Todas as aulas são em inglês,
não existe material ou professor que fale português e são apresentados seminários
e trabalhos em inglês quase todos os dias nas aulas. Além do bom nível em
língua inglesa, os interessados devem possuir currículo atualizado na
Plataforma Lattes e apresentar uma proposta relacionada com as áreas
estratégicas do governo federal em ciência, tecnologia e inovação.
Quer saber mais ? jacbueno2410@gmail.com