FONTE: Jornal da Globo - Edição do dia 05/08/2010 - 06/08/2010 00h34
Atualizado em 06/08/2010 00h54
O encontro de escritores e leitores na festa literária de Paraty reacende um debate: o livro impresso tem futuro, na era digital?
Ediney Silvestre
Paraty, RJ
Páginas viradas: assim fazemos há 550 anos. Assim já é para o cineasta Paulo Ballado, um leitor voraz que aderiu ao livro eletrônico e não tem nenhuma intenção de voltar às páginas impressas.
"Eu tenho ele há pouco menos de um ano e acredito que já tenho mais de 100 títulos aqui dentro". Ele gosta do formato e do peso do aparelho, do tamanho da tela, da maneira como o texto se forma.
Com o aprimoramento e a diminuição de preço dos aparelhos eletrônicos de leitura, livrarias tradicionais estão condenadas à morte. Será? O livro de papel está com os dias contados?
Todos estão errados, acredita um pesquisador. Brustolin escreveu um livro infanto-juvenil mostrando a evolução da escrita como um caminho sem volta dos tabletes de barro da Babilônia passando pelos papiros dos faraós até os e-books surgidos recentemente.
Mas o historiador Peter Burke não acredita nisso. "Vai haver uma convivência entre livro impresso e livro eletrônico", ele diz. "Com predominância do papel para obras de fôlego como guerra e paz, a obra prima de Tolstoi, longa demais para ser lida em e-books".
O escritor Luiz Ruffato concorda. "Eu acredito inclusive que não há uma concorrência entre o digital e o físico. O livro digital vai ampliar o número de leitores e muitos deles vão querer conhecer o livro de papel".
A grande defesa do livro impresso veio mesmo da jovem leitora, Luana Reis. "Nós crianças não vamos deixar o livro acabar, porque não vai ter mais graça ir à livraria comprar um livro e ler".
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