A Psicologia tem estudado o comportamento humano e tentado compreendê-lo para auxiliar o autoconhecimento. Muitas teorias tem se sucedido, muitas vezes se completando, outras vezes eliminando crenças tidas como verdades até então.
Hoje é aceito o conceito de que há uma parte da personalidade humana que é genética, ou seja, já nasce conosco e outra parte é moldada a partir de nossa interação com o meio em que vivemos, por meio de nossas experiências de vida, relacionamentos e traumas. A teoria dos Temperamentos trata da parte genética da nossa personalidade.
Existem 4 tipos de temperamentos, que interferem na maneira das pessoas agirem e reagirem nos seus relacionamentos e acontecimentos de um modo geral.
Conhecer nosso próprio temperamento é fundamental para que possamos buscar uma canalização positiva de nossas atitudes advindas do temperamento e o fortalecimento das nossas qualidades. A intenção aqui é abordar algumas características a fim de nortear alguns aspectos dos temperamentos, para facilitar o entendimento e, conseqüentemente, a abordagem mais apropriada de comunicação para com as demais pessoas, em se tratando de liderança.
Obviamente, não existe temperamento melhor ou pior, mas sim diferentes. O que vale salientar é a habilidade de saber identificar essas características nas pessoas (e em si próprio). Longe de querer “enquadrar” as pessoas em determinadas denominações, o objetivo aqui é dar uma explanação geral sobre conceitos e história dos temperamentos. A palavra temperamento deriva do latim ‘temperamentum’, que significa ‘uma mistura de proporções’. Pode-se dizer que, em essência, temperamento é um estilo pessoal inerente, uma predisposição que forma a base de nossas tendências naturais: pensar, sentir, desejar e agir.
De acordo com as definições do psicólogo californiano David Keirsey, temperamento são nossas inclinações, diferente de caráter, que são nossos hábitos. Hipócrates (460 – 370 a.C.) foi o primeiro a estudar temperamentos, onde o estudo foi enriquecido, posteriormente, pelo médico romano Galeano, Nesta etapa, Galeano denominou os quatro tipos de temperamentos como: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico. Cada um deles possui pontos fortes e pontos fracos, onde constantemente, há a identificação de mais que um por pessoa, mas um deles sendo o dominante. A seguir, os quatro tipos de temperamentos onde, certamente você se identificará (bem como as pessoas que você conhece):
Temperamento Sanguíneo
Qualidades – Comunicativo, eufórico, destacado, entusiasta, afável, simpático, bom companheiro, compreensivo, crédulo. O sanguíneo é aquele que fala antes de pensar. É uma pessoa jovial, com seu espírito descontraído e com seu encanto pode ser, com toda a razão, chamado de o temperamento que "aproveita" a vida. Ele tem uma personalidade calorosa, vivaz e, corretamente, às vezes o chamam de "alma da festa". É o tipo de pessoa que costumamos encontrar que em qualquer reunião toma conta das conversas. Se há um grupo de pessoas reunidas e rindo, com certeza tem um sangüíneo falando. Pontos críticos – Fraco de ânimo, volúvel, indisciplinado, impulsivo, inseguro, egocêntrico, barulhento, exagerado, medroso. O sanguíneo é aquele que se ira com facilidade e pega logo fogo; é impulsivo. O termo é relativo ao sangue, que tem ou parece ter aumento da massa sanguínea (dic. Aurélio). É emocionalmente instável.
Temperamento Colérico
Qualidades – Enérgico, visionário, resoluto, independente, otimista, prático, eficiente, decidido, líder, audacioso. A principal qualidade do colérico é à força de vontade, que faz dele uma pessoal enérgica, eficiente, resoluta, e um líder cheio de audácia e otimismo. O colérico é extrovertido, e também, provavelmente é o que mais produz ; isso lhe dá o direito de ser chamado o temperamento mais ativo. Ele é auto-confiante e possui vontade forte. É o tipo de pessoa que resolve as coisas, que transforma idéias em fatos reais. Toma atitude definida diante dos problemas. Defeitos – Iracundo, sarcástico, impaciente, prepotente, intolerante, vaidoso, auto-suficiente, insensível, astucioso. O nome colérico vem de cólera, que é o impulso violento contra o que nos ofende, fere ou indigna, ira. O colérico é propenso à cólera, cheio de cólera, irado, atacado de cólera (dic. Aurélio).
Temperamento Melancólico
Qualidades – Habilidoso, talentoso, minucioso, sensível, perfeccionista, esteta, idealista, leal, dedicado e auto-disciplinado. Defeitos – Egoísta, deprimido ou amuado, pessimista, teórico, confuso, anti-social, crítico, vingativo, inflexível. O temperamento melancólico é aquele que sofre de melancolia que é um estado mórbido de tristeza e depressão, pesar (dic. Aurélio). O melancólico se esconde dos outros, não se mistura, gosta de andar só. É voltado para si mesmo, e, às vezes, pensamos nele como o que possui o temperamento "sofredor", pois é muito exigente consigo mesmo, através de uma constante auto-análise. Ele é uma pessoa naturalmente sombria, tristonho e pessimista, entretanto é muito bem dotado e com tendências para gênio.
Temperamento Fleumático
Qualidades – Calmo, tranqüilo, digno de confiança e cumpridor de deveres, eficiente e organizado, conservador, pratico, objetivo, líder, diplomata, bem-humorado. Embora seja tímido, aprecia o convívio social. Defeitos – Calculista, temeroso, indeciso, contemplativo, desconfiado, pretensioso, introvertido, desmotivado. O nome fleumático vem de fleuma, que quer dizer frieza de ânimo, impassibilidade (dic. Aurélio). Logo, o fleumático é aquele que tem fleuma. É desatento, desligado. Introvertido, tem uma tranqüilidade singular que lhe confere um temperamento de fácil relacionamento, manso e bem equilibrado. Ele é teimoso e indeciso.
A Teoria dos Temperamentos é um modelo científico que tenta nos ajudar a conhecermo-nos melhor, não havendo ninguém que seja exclusivamente de um ou outro temperamento. É bastante comum termos um temperamento dominante e um secundário. Durante a nossa vida, devido às nossas experiências, traumas e necessidades, certas características de nossos temperamentos podem se sobressair e outras se ocultarem, o que não significa dupla personalidade ou fingimento.
O correto desenvolvimento de uma pessoa deve passar pelo aperfeiçoamento das características positivas de seu temperamento e a luta constante por vencer seus pontos críticos.
Cabe ressaltar ainda que, todo temperamento é influenciado pelo caráter, personalidade e comportamento de cada indivíduo. Daí a importância do líder possuir este conhecimento a fim de aplicá-lo no seu dia-a-dia, na convivência com os demais, respeitando seus limites, enfatizando as qualidades peculiares de cada um e auxiliando em alguma fraqueza que se possa e se queira melhorar.
É necessário entender porque se apresentam comportamentos totalmente diferenciados em cada ocasião, e como compatibilizar toda esta energia para uma convivência oportuna e uma produtividade agradável e sadia.
Ai com certeza apresenta-se o “x da questão”, saber aproveitar as diferenças e formar um time vencedor!