Pós-graduação em Gestão de Pessoas por Competência
Disciplina: Dinâmicas e Jogos para Desenvolvimento de Competências
Professora: Jaqueline C. Bueno
Aluna: Brenda Cariello de Oliveira José
Fotolinguagem
Apresentação
A Fotolinguagem é uma metodologia largamente utilizada no contexto da dinâmica de grupos. Trata-se de apresentar um conjunto de fotografias (recortes de jornais e revistas), previamente escolhidas pelo orientador da ação, e propor aos participantes que escolham uma imagem que represente um ou mais temas propostos.
Seguindo-se comentários sobre as escolhas feitas.
Tem-se revelado uma técnica muito rica e facilmente se passa toda uma manhã à volta do que dela emerge. Habitualmente, se propõe alguns ou todos destes 5 temas: sobre o próprio, sobre conduzir, segurança, risco e sobre as expectativas acerca da própria ação. Em traços gerais, proporciona:
a) a criação de um clima desprovido de juízos de valor;
b) a criação de um grupo que encontra os seus pontos comuns;
c) o encontro entre o orientador e os participantes através de uma linguagem comum, simultaneamente verbal e não verbal;
d) o emergir das temáticas grupais e tipo de funcionamento do grupo;
e) o emergir de problemáticas pessoais.
O potencial da técnica reside no fato de ser essencialmente uma metodologia verdadeiramente psicológica.
Por um lado, é um exercício projetivo em que o indivíduo ao fazer a sua escolha se faz refletir no espelho da imagem que apresenta. Essa escolha floresce no encontro entre o dentro e o fora, entre a percepção e a projeção. Por outro lado, é desencadeador do processo de simbolização, logo um auxiliar do trabalho de facilitadores da criação de sentido e de tradutores da ação pela linguagem.
É, enquanto exercício projetivo, que começa um olhar deste instrumento como auxiliar do orientador no sentido de oferecer uma compreensão diagnóstica acerca de cada um dos participantes.
Trata-se a Fotolinguagem como uma ferramenta – e esta será mesmo a palavra certa –, porque não se pretende entendê-la como uma prova projetiva. Não é, nem será nunca, uma prova projetiva, a começar no fato de que não é sempre o mesmo estímulo que é apresentado a diferentes sujeitos. É o psicólogo quem escolhe o estímulo, criando assim uma matriz projetiva marcada pelo seu próprio “conflito estético” (Meltzer, 1988), pela sua capacidade de atribuição simbólica e pelos seus afetos mais ou menos inconscientes.
Quando a tarefa é proposta aos participantes, ela solicita a participação dos afetos – pela necessidade de escolha – e promove o encontro com os afetos do orientador – que foi o primeiro a escolher. Neste encontro se vê um esboço de vínculo, ou antes, um momento relacional, um encontro de inconsciente a inconsciente.
Olha-se para as imagens escolhidas como fotogramas de um filme complexo, pequenas captações de luz de um todo vasto que é o indivíduo.
Aplicação e desenvolvimento
Fotolinguagem sobre o próprio participante.
Objetivo
Olhando para as fotos sobre a realidade que se vive, aprender a ligar dois ou mais fatos e ter uma opinião sobre eles.
Número de participantes
Se houver mais de oito pessoas, deve-se subdividir em grupos de cinco.
Material necessário
Fotos de jornais e revistas espalhadas por toda a sala.
Descrição da dinâmica
Os participantes passeiam pela sala, olhando as fotos e escolhem duas fotos que tenham ligação entre si.
Depois, durante 7 minutos, pensam nas seguintes questões:
a) Que realidade me revelam?
b) Qual a ligação entre elas?
c) Por que me identifiquei com elas?
Encerramento
Cada um apresenta as fotos e as conclusões às quais chegou. O restante do grupo pode questionar a ligação dos fatos entre si e fazer uma ou duas perguntas para clarear melhor as afirmações.
Avaliação do evento
Todo o grupo de participantes expõem seus sentimentos na escolha das figuras para se identificarem, sobre a dinâmica e sobre a imagem que o outro se permitiu enxergar.
Bibliografia
Agenda da Juventude, CCJ (Centro de Capacitação da Juventude), São Paulo, 2000. Site na internet: http://www.ccj.org.br, acesso em 25 de abril de 2011.
Site na internet: http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v23n1/v23n1a06.pdf, acesso em 25 de abril de 2011.